segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Emaranhado

Perdida em pensamentos embaralhados,
ora envoltos em realidade, ora em fantasias,
a realidade parece mais bela e a fantasia mais real.
E nesse emaranhado de pensamentos,
procuro refúgio, me escondo,
e quando me encontro, reconheço a realidade crua, sem véu,
me absorvendo inteira
e a fantasia...só retorna se me perco...


Estrela Nunes.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SE EU FOSSE LIVRE...

Se eu fosse livre e tivesse um barco eu iria...
Sair sem destino,
desbravar o desconhecido,
conhecer novos lugares, novos hábitos, outros costumes,
novas gentes de meu Deus.

Tentaria tornar útil minha jornada,
de minha bagagem acumulada,
tentaria descartar meus demônios.

Tentaria com todo ardor me libertar do orgulho,
queria navegar como um aprendiz iniciante,
que nada sabe e tenta extraír lições de cada nova paisagem.

Tentaria descartar  o medo
Esse que nos impede de dar o próximo passo,
que nos impede de buscar o novo,
e que nos acorrenta a limitação.

Tentaria abandonar o egoísmo,
que nos prende a nós mesmos,
vendando nossos olhos,
nos impedindo de percebermos as pessoas que estão ao nosso lado.

Colocaria em minha bagagem aprendizados novos,
Como dar valor ao que tenho, ampliar o amor em meu coração,
e passar a reconhecer cada ser como um irmão.

Continuaria a navegar,
E certamente minha rota seria o retorno,
Querendo encontrar aquilo que deixei,
Ah! que felicidade reencontrar sua própria VIDA
Com a liberdade de escolher navegar pelas mesmas águas,

Estrela Nunes.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

UM AMIGO CHAMADO FLÁVIO

Meu amigo, chegaste em nossa casa porque fostes desprezado e abandonado, por uns fostes acolhido alegremente, por outros com desconfiança, mas em pouco tempo te tornastes querido e passastes a fazer parte de nossa família. Teu olhar fiel e penetrante furou o bloqueio de nossos corações e passamos a te tratar com amor, indiferentes a tua origem.
Quando eu caminhava e olhava para trás, vinhas imponente seguindo-me, quantas vezes cheguei a te atirar pedras para que retornarsses, mas continuavas ali, seguindo meus passos, me seguias impassível, apesar dos obstáculos, ou querias me proteger, ou a grande amizade que nos unia impedia teu afastamento
Ah! Flávio, quantas vezes te tratei mal e tu apenas me olhavas, talvez sabendo que apesar de tudo eu era teu amigo.
Fostes embora, hoje percebo que te afastastes para não sofrermos com o teu declínio e morte eminente e para nos poupar de tantas tristezas.
Flávio meu amigo, olho para trás nas minhas caminhadas e já não te vejo, estou só seguindo meus caminhos, já estou sem esperanças de escutar teus passos sorrateiros, assim como chegastes fostes embora, mas desta vez não fostes nem abandonado, nem desprezado.
Flavio, sei que Deus tem um lugar para ti no paraíso dos animais, onde brincarás com os anjos, tereis ossos suculentos e enormes, a água que bebereis será límpida e gelada, teu pelo e teu corpo estarão restabelecidos e serás tratado como um rei, pois estarás cuidando de grandes propriedades e poderás nos ver lá de cima e ler em nossos corações o quanto te amamos, meu Amigo, meu Cachorro, chamado Flávio.

Texto escrito por meu irmão José Nunes, dedicado a seu amigo Flavio.